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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

Um sentimento de libertação

18.10.16 | Vera Dias Pinheiro
açores + azores + seis meses + bebé + parque terra nostra + amamentação + alimentação complementar

A maternidade é praticamente a mesma coisa que andar numa montanha russa. Vivem-se altos e baixos, sentimentos bons, outros menos bons e, por vezes, até sentimentos contraditórios. A amamentação, então, vem logo em primeiro lugar!

Não existem dúvidas de que o leite materno é o melhor alimento para o nosso bebé, que o ideal é ser em exclusivo até aos seis meses e depois prolongar até aos dois anos - sem falar que é um poderoso aliado na recuperação pós-parto. Isto é a teoria, mas sabemos que na prática o processo pode ser bastante duro e cheio de sentimentos contraditórios. Eu sempre quis amamentar, mas sempre quis fazê-lo por ser o melhor para o bebé e pela ligação que se cria entre mãe e filho. Da primeira vez não consegui e foi difícil aceitar isso e, desta segunda vez, tenho uma bebé totalmente viciada na mama - mas quando digo viciada, não estou a dizer que ela gosta ou que ela come muito bem, estou mesmo a dizer que é viciada ou até mesmo obcecada! E digo-vos, sem qualquer problema, que esta parte também não tem sido fácil de gerir, especialmente ao fim de seis meses, em que o ritmo das noites continua a ser muito duro. 

E, claro, existem os momentos em que sentimos a "culpa de mãe". Por exemplo, sentir-me culpada por estar cansada fisica e psicologicamente e isso levar-me, às vezes, a ter uma enorme vontade de parar! Quando há três anos atrás estava precisamente no lado oposto: infeliz por não estar a conseguir amamentar. E, ainda pior, sentir-me culpada por pensar em acabar com uma coisa que tanto bem lhe faz e que ela... adora e que, depois de tantas inseguranças, corre às mil maravilhas.

E é nesta contrariedade que se vivem os dias, sabendo que, no final, a balança irá acabar por pender para o lado do bom senso, sem que exista um certo ou um errado, mas sim, a certeza de que o nosso filho filho, merece sempre ter a mãe na sua melhor condição. Por aqui, vamos continuando e alivia-se o peso das noites com a introdução da alimentação complementar durante o dia, para já apenas uma refeição, mas muito em breve, estaremos numa fase em que haverá maminha apenas de manhã e à noite.

O facto de ser o segundo filho, também já me dá outra serenidade e outra certeza de que tudo passa demasiado rápido e que daqui a nada, ela cresce e que estes dias duros ficam esquecidos, permanecendo o bom e a certeza de que vamos ter muitas saudades de tudo - de TUDO sim. É também nesse ponto que estamos. Sei que a Laura é a minha última filha, que se tornou uma experiência maravilhosa por ter me permitido fazer tudo aquilo que não tinha conseguido fazer da primeira vez e porque, na verdade, há qualquer coisa de único e de mágico que se sente quando estamos pele com pele com o nosso bebé e ele está a mamar. Tudo pára e eu acabo sempre por pensar: deixa-a estar! Tu ainda vais ter saudades de tudo isto! E essa é que é a verdade!

E tem tanto de mágico, como de prático, pois em seis meses a única coisa que ela precisa é de mim, o que é maravilhoso quando estamos fora de casa - mesmo quando, por vezes, não nos sentimos tão à vontade em dar de mamar, porém fui aprendendo a relaxar e concentrar-me no mais importante que é alimenta-la - e quando vamos de férias!

E ainda durante o dia de hoje, que foi particularmente difícil com ela - quando não dorme a sesta da manhã, entrar numa espiral de birra e de choro que até me dá vontade a mim de chorar - nem tentei dar-lhe a sopa. Ficou a leite materno o dia todo, aquela "arma secreta" que só nós temos e que se alguma coisa é capaz de a acalmar, é isso.

Portanto, como vêem há qualquer coisa de bipolar em tudo isto.

E, para já, vou aproveitando o sentimento de libertação das horas de almoço, até porque, acreditem ou não, ela come muito melhor se eu não estiver presente!

Quem diria que eu teria uma segunda experiência tão diferente da primeira?!...

Boa noite!




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Está oficialmente aberta a época do "gu-gu-da-da"

18.10.16 | Vera Dias Pinheiro
bebé + falar à bebé + comunicar com o bebé + seis meses + maternidade + ginásio para bebé

É verdade, já senti isso da primeira gravidez e volto a senti-lo da segunda! A exposição prolongada a um bebé transforma a nossa capacidade de raciocínio e o nosso vocabulário e tudo isto, sem nos apercebermos até estarmos com outros adultos! Lembro-me perfeitamente da primeira vez que sai sem o Vicente. Senti-me completamente "esquisita", pois, para além de não saber o que fazer com as mãos - pois, já não sabia o que era não andar a empurrar um carrinho de bebé - tinha alguma dificuldade em articular o discurso - especialmente, porque eu não queria falar de bebés, mas inevitavelmente todas as perguntas que me faziam eram sobre bebés!. Existe ali uma altura em que as pessoas à nossa volta, acham que o único diálogo possível com uma recém mamã ou uma mãe que se dedique muito aos filhos, é falar sobre.... os próprios filhos! 

Sim, é verdade que, contrariamente aquilo que muitos pensam, uma mãe em casa não tem muito tempo para fazer ouras coisas que não sejam relacionadas ou com o bebé ou com a casa, mas lá vai sendo possível e faz-se - continuamos, por exemplo, a olhar para as "gordas" dos jornais, pelo menos isso, e, felizmente, os telemóveis já nos permitem ler de tudo um pouco e são uma excelente companhia, quase a única, quando estamos por casa. 

Esta fase do gu-gu-da-da agrava-se muito quando lá por volta dos seis meses de idade, o bebé começa a ser um bebé do mundo: desperto para o que se passa à sua volta, a ser capaz de responder a certas brincadeiras, quando começa a comer e, consequentemente, temos que o entreter, e, claro, quando começa a tentar conversar connosco e nós temos que não apenas responder, como também puxar por eles!

Abre-se, então, todo um mundo novo no mundo de: 
mmmmmaaaaaaaaa 
papapapapapa
boooooooo...la
"olha o passarinho"
palminhas
béeeeee.. bé
"quem é a bebé mais linda do mundo?"
e todas as palavras que conhecemos e que começam a terminar em "inhos" e "inhas"

Entre tantas outras coisas, que dificilmente têm correspondência na escrita.

Paralelamente, começam também as lengalengas... "vou-te comer"; "arre burrinho" e tantas outras!


Quem está à nossa volta - e não tem filhos - ri-se e diverte-se; quem está à nossa volta - e tem filhos - junta-se rapidamente a este "dialecto de ternura". 

Inicialmente, o bebé só tinha o choro como forma de exteriorizar e comunicar, depois progressivamente vieram as expressões corporais e, de seguida, estas primeiras "palavras".

Já agora, sempre que a Laura me vê - especialmente quando está irritada ou tem fome - começa a espernear e a repetir "ma" "ma" "ma"... será que já posso contar como sendo a sua primeira palavra, a palavra mãe? :)

bebé + falar à bebé + comunicar com o bebé + seis meses + irmão + maternidade + ginásio para bebé
Claro que, se juntarmos dois "bebés", o nosso cérebro congela e parece que só conseguimos que nos ouçam se falarmos a linguagem deles!


Bom Dia!

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