Chegamos aos Açores, ao aeroporto de Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, por volta da hora de almoço, foi uma viagem tranquila e passada com grande entusiasmo por parte do Vicente - o voo tem duração de duas horas, o ideal para quem viagem com crianças tão pequenas, pois dá perfeitamente para os entreter e, assim que começam a ficar aborrecidos, ouve-se imediatamente "senhores passageiros daremos início à aterragem" - e nós suspiramos de alívio :)
Seguimos imediatamente para o almoço, servido num Solar antigo em Capelas, uma vila da Costa Norte da ilha e não podíamos ter tido uma melhor primeira experiência. A D. Fátima, dona da casa - o Solar é a casa onde vive - tem a ajuda da Letícia para preparar os almoços e jantares que ali são servidos, tudo caseiro e confeccionado com os produtos que compra quase no momento directamente no mercado e, por isso, não existe propriamente uma ementa. Tivemos logo a oportunidade de provar algumas das especialidades da região, como por exemplo, a morcela com ananás, de entrada e, como sobremesa, a barriga de freira - qualquer coisa de... maravilhoso!
- Atenção! Para virem aqui é preciso sempre fazer uma reserva.
Infelizmente, o tempo foi piorando gradualmente e a chuva e neblina não deram tréguas no primeiro dia e acabamos por não conseguir desfrutar e absorver a real beleza dos sítios pelos quais passamos e já vão perceber porquê.
A seguir ao almoço partimos em direcção à Lagoa das Sete Cidades - paisagem pela qual tinha imensa curiosidade por ver ao vivo e a cores - mas, pelo caminho, houve ainda tempo para visitar uma estufa dos tradicionais ananases.
- Sabiam que um ananás leva dois anos desde a sua plantação até estar pronto a comer? É verdade! É um processo longo e composto por várias fases.
De lá, continuamos a nossa viagem em direcção à Lagoa das Sete Cidades e à medida que subíamos, a chuva tornava-se mais forte e a neblina mais cerrada. Felizmente, o nosso guia - o senhor Jorge, com cerca de 70 anos e muitas histórias para contar - não se deu por vencido e se não tivemos a vista única do ponto mais alto e também mais conhecido, descemos tudo até passarmos pelo meio das duas lagoas, a verde e a azul, que se separam por uma ponte, onde foi possível absorver a imensidão de toda aquela beleza natural.
- Diz a lenda a cor diferente advém do choro de dois enamorados: o de uma princesa (com os olhos azuis) e de um pastor (de olhos verdes) que viram o seu amor ser proibido pelo rei e que de tanto chorarem junto da Lagoa, as águas mudaram de cor.
Com o final da tarde, era tempo de ir fazer o nosso
check-in no
Hotel Açores Atlântico - situado na avenida marginal com uma vista privilegiada sobre o oceano
- antes do jantar no
restaurante Cais 20, conhecido pelo seu maravilhoso peixe e marisco - e, claro, tivemos que experimentamos as famosas
lapas e as cracas, estas dão algum trabalho a comer, especialmente para amadores como nós :)
Neste primeiro dia, embora a partida que o tempo nos pregou, deu imediatamente para perceber que iam ser umas mini-férias que iríamos quase todos guardar na memória. Os Açores são um destino onde se "vive" imediatamente de amores, em que queremos tempo, mais tempo para ver e absorver tudo aquilo que a nossa vista alcança e muito mais.
Não percam os próximos post sobre os Açores, assim como as dicas para quem viaja com crianças.