O balanço deste pós-parto
20.09.16 | Vera Dias Pinheiro
- O cabelo continua a cair, não vos consigo dizer se mais ou menos, pois, depois do banho, o chão continua a ficar inundado de cabelos meus. Mas já vejo os cabelos novos a aparecer. E isso é bom sinal.
- Também já não olho para a balança, pois já estou no meu peso normal há algum tempo - por vezes, com um quilo a mais, outras vezes, com um quilo a menos. Fisicamente - e sem modéstias - posso dizer que me sinto bem e que realmente o nosso corpo tem memória muscular e tudo aquilo que eu conquistei em três anos, está cá. No entanto, tem sido um trabalho de muita persistência e de muito esforço - vivo num segundo andar sem elevador e sem garagem, o que faz com que, a cada mês, eu sinta os treinos a ficarem intensificados só com este "aquecimento" que é subir e descer com a Laura e que é muito mais do que bi-diário ou tri-diário.
- Continua a amamentação em exclusivo e estou expectante com a nova fase que aí vem. Sinto falta de alguma liberdade, embora esteja confortável com a decisão que tomei. Às vezes, estou demasiado cansada, especialmente quando me deito, já tarde, e ela mal dá por mim, começa logo a aninhar-se e puxar-me e, nesse momento, só consigo sorrir e penso... deixa-a estar, ela sente-se bem, deixa-a estar pelo tempo que for preciso e que ela quiser.
- Mas o mais importante deste pós-parto foi a minha decisão de cuidar de mim, de dentro para fora, foi ter procurado uma fisioterapeuta - a minha é a Soraia Coelho, de quem já vos falei aqui - para me observar desde a cesariana até ao parto da Laura e vocês nem imaginam o trabalho que tenho vindo a fazer - o post onde vos falo sobre isso está praticamente terminado, só me faltam aqueles minutos de concentração que, hoje em dia, são difíceis de ter. Mas posso já dizer-vos que estou a fazer recuperação do pavimento pélvico e da cicatriz e tenho percebido e sentido como é importante que esta nossa parte íntima esteja bem para tudo o resto estar bem: mente, postura, funcionamento do nosso próprio organismo, auto-estima e segurança.
Costumo estar com a Soraia cerca de uma hora a uma hora e meia e adoro.
- Noto uma grande diferença na falta de tempo para mim, para conseguir tomar um banho a sério, nomeadamente. Percebo - no tempo que inconscientemente levo a despachar-me - que bastam-me 30 minutos para estar pronta - um ritual que reduziu drasticamente nos últimos tempos.
- Tenho a impressão que os níveis de ocitocina ainda continuam lá em cima, ora com a Laura, ora com o Vicente, ora com os dois juntos - momentos que me derretem por completo. No fundo, têm sido meses tranquilos, cheios de amor, mesmo que cansativos, confusos, com birras, choros por contágio, falta de tempo para o casal, etc... Mas somos quatro e, hoje em dia, não há nada melhor que ouvi-los "a conversar" ou a "brincar" um com o outro.
- Depois, o facto de ter tido um parto feliz e pós-parto sereno, sem as dores e o sofrimento da cesariana, a minha predisposição era outra, tinha a sensação que conseguia fazer tudo e que estava pronta para outra - outra que não vai acontecer, de certeza :)
No fundo, tenho aproveitado este segundo pós-parto, talvez por ter sido a minha última gravidez, para também cuidar de mim à serio, fazendo uma recuperação profunda do meu corpo depois de exposto ao esforço inerente a um parto, seja ele de que natureza for e isso está a ter reflexos muito positivos em mim e nos que estão à minha volta.
No fundo, tenho aproveitado este segundo pós-parto, talvez por ter sido a minha última gravidez, para também cuidar de mim à serio, fazendo uma recuperação profunda do meu corpo depois de exposto ao esforço inerente a um parto, seja ele de que natureza for e isso está a ter reflexos muito positivos em mim e nos que estão à minha volta.