O Vicente não pisa o risco!
11.09.16 | Vera Dias Pinheiro
O Vicente é um menino que não se aventura sozinho no desconhecido e que precisa de nós por perto para ter segurança a fazer as coisas, com tudo o que isso tem de bom. Mas, aos poucos, vou tentando que ele se solte mais, que confie mais em si e até que se desafie.
Este fim-de-semana foi importante para ele, deixou a piscina dos bebés e começou a ir sozinho. Não foi fácil, mas a partir de certa altura lá foi ele e é incrível ver como é já tão bom "nadador", com a técnica toda aprendida e super concentrado a fazer cada exercício. E eu acho que foi um passo importante nesse seu caminho mais autónomo.
Quando vamos passear, sou eu - a mãe - que o desafio a fazer as coisas mais malucas, a tentar subir árvores, a rebolar e incentivá-lo a ir para os escorregas com as subidas mais estranhas. O lado bom é que não tenho que andar a correr atrás dele, ele não foge, nem se põe a correr para longe sozinho.
Começa sempre por me dizer que não é capaz, refila, diz que tem medo ou que vai cair, mas, depois, tenta e percebe que, afinal, é capaz e, a partir daí, já não quer outra coisa...À medida que ele vai crescendo e que percebo que ele entende tudo o que dizemos - incluindo aquela conversa mais acesa entre o pai e a mãe - que me questiona sobre os meus estados de espírito, que dou por mim muito mais pensativa nestas coisas da educação, na forma como passamos determinados valores aos nossos filhos e que sinto o peso de ser o exemplo a seguir muito mais presente.
Queremos sempre que os nossos filhos tenham o melhor de nós - não o pior - queremos que eles sejam adultos seguros e equilibrados, capazes de dar a volta às situações mais adversas, de forma humilde e respeitadora. Queremos que eles não sofram - embora, ache que são esses momentos que nos fazem crescer - e, acima de tudo, queremos vê-los realizados e felizes.
Os filhos crescem e o aperto no peito é maior, o sentido da responsabilidade de ser mãe (e pai) é enorme e há dias, em que penso muito nisso.
Boa noite!