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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

Pós parto: as outras reacções!

04.04.16 | Vera Dias Pinheiro
maternidade, gravidez, pós-parto, recuperação, antes de depois do parto
De um lado, dois dias antes da Laura nascer e, do outro, cinco dias após o parto.

Escrevo sobre a aceitação do nosso corpo e das fragilidades com que ficamos a seguir ao parto. Há mulheres para quem é difícil aceitar a mudança do corpo durante a gravidez; para mim é difícil aceitar o meu corpo no pós-parto. E não estou a falar directamente da nossa aparência exterior, física (da barriga ou dos eventuais quilos a mais com que ficamos). Estou a falar daquilo que nos é infligido, seja numa cesariana, seja em alguns partos naturais: falo da dor, do desconforto e da incapacidade física com que temos que lidar, a par de tudo o resto - que é tanto, tão complexo e tão absorvente mas, acima de tudo, tão exigente para a mulher.

Tive um primeiro pós-parto de cesariana, uma experiência traumática e bastante dolorosa na recuperação. Para mim, era impossível acreditar quando me diziam que, a cada dia, iria sentir-me melhor, que aquela dor iria desaparecer. Desta segunda vez, um parto natural maravilhoso, mas com episiotomia - do qual vos falarei quando conseguir digerir a experiência e colocá-la nas palavras certas - e que me deixou, nas primeiras 48h, cheia de adrenalina, sem uma única dor ou queixa, achando que estava óptima. Como é que era possível?!
Porém, à medida que o tempo foi passando e que fui saindo daquela "bolha", apercebi-me do outro lado, do que tinha acontecido fisicamente, dessa tal dor e dessa tal incapacidade... E são tantos os efeitos secundários do nascimento de um filho, que nem vale a pena mencioná-los aqui, pois dizem respeito a uma parte muito íntima e que, de certa forma, até nos custa lidar com alguns desses efeitos.

Eu tive duas gravidezes totalmente diferentes, dois partos distintos e, por conseguinte, o pós é igualmente diverso, mas, sem sombra de dúvida, que ambos são igualmente exigentes. No entanto, passa e até passa bastante rápido, mas cada dia é vivido intensamente, num estado emocionalmente frágil, e, por vezes, choramos e ficamos irritadas. No entanto, há outra coisa fundamental aqui: a forma como se vive o momento do nascimento do nosso filho, a emoção, a adrenalina, o sentimento com que aquelas horas são vividas, isso vai determinar a força que temos a seguir.

Se calhar, estes dias em que tenho tido muitas dores, em que acuso o cansaço dos últimos dias e que me sinto mais debilitada, penso que talvez a cesariana não me tivesse custado tanto, pois, afinal, já passou tanto tempo e a dor já me parece relativa. Contudo nada, mas nada, se compara ao momento que vivi com o nascimento da Laura.

Bom Dia!


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Pós-parto: as primeiras reacções!

03.04.16 | Vera Dias Pinheiro

Sim, estamos hormonalmente alteradas - ou melhor, continuamos hormonalmente alteradas - para algumas mulheres foram nove meses de uma gravidez menos santa, do que para outras; o filho acaba de nascer e nós temos agora um longo caminho pela frente na nossa recuperação: o processo de amamentação, a recuperação física, que ainda leva o seu tempo... MAS há coisas que podemos começar já a celebrar, eu comecei logo pela parte da comida:

- Adeus azia, adeus refluxo e adeus enjoos!
Desde o primeiro dia em que soube que estava grávida que, esta segunda gravidez, foi passada com muito desconforto a este nível, foram nove meses a comer sem qualquer satisfação. Ainda na maternidade, bebi sumo de laranja natural, comi kiwi e outras coisas que, até então, estavam na lista dos proibidos! 

- Saladas!!!! Saladas!!!! YEAH! 
Fui um bocadinho preguiçosa para lavar tudo bem lavado agora, que preferi os legumes. No entanto, desde que a Laura nasceu, tenho comido saladas a todas as refeições. 

- Zero estrias;

- Menos flacidez na barriga, que da primeira vez - agradeço cada dia que não desisti de ir ao ginásio, antes e durante a gravidez;

- E agora, um pequenino a parte: quem não se sentiu despida após o parto: quando se olha ao espelho e, de repente, deixou de haver uma barriga enorme à sua frente?! EU! EU! EU! 
Estes primeiro tempos são um bocadinho estranhos, em que mantemos ainda alguns "tiques" de quando tínhamos a nossa barriga grande. 
Com vocês não foi assim?

Bom Domingo!!!

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Março trouxe-nos tempo, Abril o amor

02.04.16 | Vera Dias Pinheiro
Tudo está bem quando acaba bem, já diz o ditado, mas os dias - O DIA - que antecedeu o nascimento da Laura foi passado a correr para deixar as coisas de última hora prontas. Mas, a verdade é que, eu pedi a Março tempo, tempo para fazer algumas coisas - praticamente tudo - para preparar a chegada deste bebé e tivemos esse tempo - talvez, tenha sido a Laura a fazê-lo, pois praticamente no dia a seguir a terminar a sua mala, ela começa a dar sinais que não iria estar na minha barriga por muito mais tempo.

Entretanto, chegou Abril e, se Março foi sinónimo de tempo, Abril é sinónimo de amor, um amor que, embora não seja desconhecido para nós, é vivido de uma forma diferente, nova e que vamos descobrindo a cada dia que passa. É também um amor que precisamos aprender a dosear, com atenções que temos que saber dispersar, sem nenhum dos quatro se sentir fragilizado - sim, os quatro: a mãe e o pai também contam. E tal como tinha dito aqui: é um caminho que se faz sempre com avanços e recuos, o importante é não perder de vista o nosso destino.



Bom Dia e bom fim-de-semana...


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Estar de volta a casa...

01.04.16 | Vera Dias Pinheiro
Não há nada como regressar a casa, às minhas/nossas coisas. Desta vez, estava ainda mais ansiosa por voltar, pois foram dias passados com a sensação de que faltava qualquer coisa - e faltava, claro, o meu Vicente. Esta é a parte que custa mais: estar ali e, ao mesmo tempo, sentir que estamos a "faltar" noutro lugar. 
Mas, desde ontem à tarde que estamos os quatro juntos. O Vicente mantém a rotina da escola - eu perguntei hoje de manhã se queria ir ou ficar e ele disse que queria ir ter com as "suas pessoas" - está muito curioso com a irmã, ri-se quando ela chora e acha muita piada em tudo nela ser assim tão "pucanino". No entanto, já não acha assim tanta piada a que ela tenha o privilégio de dormir no nosso quarto e ele não; ou até que possa comer na cama (isto é, mamar), quando eu estou sempre a avisar que comer é na cozinha para não sujar! E no meio de tanta coisa engraçada, o que tem menos graça ainda é a sua mãe estar tão disponível para a sua irmã. Até já lhe disse algumas vezes: "é a minha mãe, mana..." - não sei se num tom de amor ou se de aviso! :)

No entanto, nesses momentos em que a mana está a mamar, carinhosamente, aninha-se do outro lado, debaixo do meu outro braço e vai sempre dando beijinhos ora a mim ora à mana... Se para amamentar é preciso muita paz, boas energias, amor à nossa volta; esses momentos por aqui são uns privilegiados nesse sentido. Sinto-me ainda mais completa quando abraço os meus dois filhos, quando sinto o calor dos dois, o amor e tudo o que isto de ser mãe envolve e que está tão para além das palavras que consigo escrever.


Já a Laurinha, como qualquer recém-nascido adorável, como e dorme, o único "senão" é ter vindo com o fuso horário um pouco desconectado com a realidade: de dia, dorme que nem pedra e a partir do fim da tarde, é mama de hora a hora, pela noite dentro. Ando um bocadinho abananada por não dormir e a precisar de fazer umas sestas com ela. Por isso, os próximos dias vão ser de readaptação, mas sinto uma enorme tranquilidade que não tive com o Vicente, sinto-me mais segura! 

Aos poucos, espero conseguir ir regressando ao ritmo normal, conjugando horários e rotinas. Estes primeiros dias são um pouco caóticos: segurança social, primeiras consultas no pediatra, teste do pezinho, subida do leite e, uma parte muito importante, a recuperação física do parto - conseguir deixar de ter dores, sentir-se confortável e, melhor, se as hormonas derem uma ajuda e estabilizarem. Mas em nossa casa, e tudo mais fácil!

Um obrigada a todos pelas mensagens que deixaram. tenho lido, mas agora aos poucos vou responder a tudo! Desculpem se agora as coisas por aqui vão estar num ritmo mais calmo e num tom mais sentimental e lamechas de quem acabou de ser mãe!
As coisas boas de ter um blog, de "conhecer" pessoas com quem não estamos fisicamente mas que estão próximas de nós, é mesmo sentir todas as boas energias que nos passam, as palavras carinhosas, o apoio e até os avisos e conselhos - não me vou esquecer que quase não tive tempo tempo de fazer as malas e que vocês bem me iam avisando! :)




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