Estes dias, desde que a irmã nasceu, e que eu, por forças das circunstâncias tenho estado mais dedicada à Laura e passado mais tempo com ela, têm-me feito passar um bocadinho ao lado de certos aspectos relacionados com o Vicente. E, de repente, dou por mim hoje com um "adolescente" em casa -
sim, tenho cada vez mais a certeza que uma criança de três anos é um adolescente - e o pior (para uma mãe, claro) é que eu sei perfeitamente que, no dia em que saí para a maternidade, ele ainda era O MEU bebé!
E, assim, no espaço de três semanas há coisas que ele faz e que me deixam completamente de boca aberta! Por exemplo:
- Quando acorda, por sua iniciativa, vai às gavetas, escolhe a roupa e veste-se sozinho. Quando aparece no nosso quarto, já está completamente pronto;
- Muitas vezes, deixa-nos e vai brincar sozinho com as suas coisas, da mesma forma que, de manhã, diz que vai para a escola ter com a "sua gente", "as suas pessoas" - ainda ontem, implorava por ter sempre a nossa companhia para brincar;
- Quando tem fome, já nem diz nada a ninguém, pega no seu banco, leva para a cozinha e tenta chegar a tudo o que precisa e consegue! Eu juro que não sei como é que ele consegue chegar a certas coisas, talvez seja melhor não pensar nisso ou no eventual perigo em que se deve meter!
- E já para não falar das conversas, especialmente das respostas que nos dá (muitas delas bastante desafiadoras!). São conversas já tão desenvoltas, tão cheias de personalidade e com raciocínios dele próprio. Ultimamente, quando estou a dar de mamar, já ao final do dia no quarto, tenho apreciado ouvir as conversas que tem com o pai e penso: Como é que é possível ser tão crescido com apenas três anos?! Como é que uma pessoinha com apenas três anos já não tem ar de menino pequenino?!
Estou até um bocadinho assustada por achar que posso estar a perder muita coisa por estes dias. Já devia saber que o tempo não perdoa e continua a correr sempre demasiado apressado e estar neste papel de observadora, está a dar-me uma perspectiva completamente diferente do meu filho que "ontem" ainda era um bebé!
Depois de ter pegado um recém-nascido como a Laura, voltar a olhar e a pegar no Vicente foi assim uma espécie de choque. Tudo nele, de repente, era tão grande: os dedos, o seu rosto, o seu tamanho, agarrá-lo no meu colo era estranho. Acho que deve acabar por ser um "choque" bastante comum quando se tem o segundo filho, não é?
Depois, tenho a sensação que com um bebé em casa a precisar de cuidados, nós próprios acabamos por impulsionar este crescimento e este desenvolvimento. Nos momentos em que é impossível dar a mesma atenção aos dois, acabamos por ajudar o mais velho a começar a fazer algumas coisas sozinho, a ser cada vez mais autónomo. E o mais engraçado é que o Vicente já sentiu isso, e deve achar que é um pequeno super herói que consegue fazer coisas fantásticas sem ajuda do pai e da mãe! :)