Pais&Filhos| E quando os nossos filhos nos deixam a pensar? [Desabafo]
21.12.15 | Vera Dias Pinheiro
Ser mãe/pai é um teste constante à nossa personalidade, ao nosso auto-controlo, e os nossos filhos deixam-nos muitas, muitas vezes a reflectir sobre as nossas atitudes.
O Vicente com quase três anos, está mais vivo que nunca, mais esperto e sempre, MAS sempre com uma resposta na ponta da língua. Mas aquilo que verdadeiramente me custa ouvir e perceber é que muitas das suas reacções - regra geral, aquelas que eu não gosto nada - são o reflexo da mãe e/ou do pai.
Não vale a pena questionarmo-nos sobre a quem sairá o nosso filho(a) quando este tem um certo tipo de comportamento que reprovamos. Ele não sai ao vizinho, nem ao padeiro, nem a sua tia-avó..... os nossos filhos são nossos no bom e no menos bom. São o nosso espelho: se estamos mais irritados e sem paciência, eles também estão; se estamos numa fase, enquanto casal, na qual existe menos harmonia, eles sabem jogar com isso, e sabem medir forças nos pontos fracos de um e do outro, etc... etc... etc... E não é fácil lidar com isto e aceitar que somos nós que influenciamos 90% do comportamento dos nossos filhos. Pelo menos, é assim que eu sinto as coisas nesta fase. E sabem como é que eu sei disso? Quando ouço o Vicente a dar respostas que ouve em mim ou no pai e que eu não gosto nada de ouvir repetidas numa criança de três anos.
As crianças são muito - demasiado - atentas ao comportamento dos que as rodeiam, em especial ao dos pais. E mesmo quando achamos que eles não entendem nada ou que não têm idade para perceber alguma coisa, elas estão a registar tudo e, mais cedo ou mais tarde, vão reflecti-las no seu comportamento. Sem dúvida que nós somos o seu exemplo e que estamos a constantemente a ser postos à prova, naquilo que dizemos ou fazemos. E, regra geral, é no dia-a-dia, nas pequenas coisas a que não damos valor, que o mais importante acontece.
Estas são algumas das máximas que tento ter em mente e praticar diariamente, e quando sinto que me estou a esquecer de alguma, volto a olhar para esta lista, que agora partilho também convosco:
- As regras devem estar bem definidas, mas é fundamental que os pais também as cumpram;
- A aprendizagem dos valores é feita por observação;
- É no dia-a-dia, através do comportamento dos pais, que se ensina o respeito, a compaixão, a empatia com os outros, a honestidade e também a coragem;
- As decisões dos pais devem ser consistentes e, se um determinado comportamento não é aceitável, então, não o será nunca (firmeza!);
- É através dos pais que se dá a aprendizagem do valor que se atribui às coisas, aprendendo a distinguir aquilo que precisamos daquilo que queremos.
A maternidade/paternidade é, sem dúvida, maravilhosa(o), no entanto, ninguém disse que seria fácil, pois não?
Bom Dia!!!
Estamos a 4, a 4 dias do Natal!!! :)