Por aqui, o Vicente já começa a ter as primeiras manifestações (espontâneas) de afecto com a irmã. Aos poucos, e sem impor muito o assunto, ele lá vai fazendo umas festinhas na minha barriga, dá uns beijinhos e pergunta se a mana está quentinha... e se havia alguém que queria que fosse uma menina, para além do senhor meu marido, era ele!

No entanto, não podemos em momento algum dar a entender que a mãe não pode ou não consegue fazer alguma coisa por "causa da mana" ou da barriga, pois nesse preciso momento, há uma tristeza que o invade e que o fazem largar umas lágrimas gordas pela sua carinha abaixo. Tudo tem que ser muito bem gerido e muito bem explicado.

Eu acredito que a relação entre irmãos deve começar ainda quando um deles ainda está na barriga da mãe, mesmo que nas suas cabecinhas seja difícil perceber a real dimensão do que está para acontecer. Até para nós é difícil prever o impacto de passar de um para dois filhos e saber como dividir a atenção; como gerir o tempo entre os dois, sem sentir que se está a tirar a um para dar ao outro - este é talvez dos meus maiores receios.

Mas quando vejo o carinho com que o Vicente fala para a minha barriga, acredito que ele já sente afinidade com a irmã e o sonho de qualquer mãe é o de que os seus filhos sejam os melhores amigos do mundo.