Expor ou não os nossos filhos na Internet? Não é um tema pacífico e, obviamente, a decisão é da responsabilidade de cada pai e mãe, não devendo ser julgada a opção de o fazer ou de não o fazer. Mas o debate em torno deste assunto é cada vez maior, levantando cada vez mais questões relacionadas com a segurança dos nossos filhos.
Eu e o senhor meu marido optamos por ter algum bom senso em relação a tudo aquilo que partilhamos sobre a nossa vida pessoal, não por não o querermos fazer com os nossos amigos ou com as pessoas que gostamos e que estão longe de nós ou com as quais não falamos com a frequência que desejaríamos (é um facto que, especialmente nestes casos, as redes sociais são uma excelente forma de "matar saudades" e de aproximação), mas pelo simples motivo de não conseguirmos controlar o que acontece a essa informação quando partilhada, nomeadamente no que se refere à sua propriedade. Na Internet, a privacidade é algo que praticamente não existe e tudo o que partilhamos acaba por chegar a muitas mais pessoas do que aquelas que imaginamos (e desejamos), vai chegar a pessoas bem e mal intencionadas.
Depois, em relação ao Vicente, deparo-me ainda com uma outra questão: quem me garante que quando ele crescer, vais gostar de ver tudo aquilo que possa ter sido publicado sobre ele? Ainda que As viagens dos Vs sejam a nossa história, seja um blog pessoal, aquilo que eu procuro é partilhar dicas e informações práticas e que possam trazer alguma mais valia a quem nos lê, partindo das nossas próprias vivências, e isso é perfeitamente possível fazer-se sem se recorrer a uma exposição excessiva da nossa vida privada. Ora aqui também é preciso encontrar o tal bom senso, que permita, por um lado, preservar o seu direito de escolha e de opinião (momento ao qual ainda não chegamos) e, por outro, de avaliar muito bem as consequências que cada informação/fotografia especifica irá ter.
Quer queiramos quer não, embora a Internet seja algo com que estamos todos muito familiarizados e que usamos todos os dias, a verdade é que ainda existem muitos perigosos que desconhecemos e muitas incertezas quanto à sua evolução no futuro. Termos a sensação que não controlamos a "nossa própria vida" é bastante inquietante e, por vezes, até assustador.
Entretanto, no meio de tudo isto, entre o que é certo e o que é errado, o importante é ter consciência que: uma vez na Internet para sempre na Internet e agir com algumas precauções. E aquelas que me parecem evidenciar-se mais são:
- Pensar em como nos sentiríamos, enquanto pessoa adulta, ao vermos um determinado vídeo ou foto nossa publicada na Internet quando éramos crianças;
- Ter atenção em escolher e editar os momentos escolhidos para não aparecer nada de comprometedor ou de informações que possam colocar a nossa segurança em risco;
- Ter cuidado com as fotografias que nos localizam (a nossa casa, o local onde trabalhamos e a escola que os nossos filhos frequentam) e que identificam as nossas rotinas;
- Não partilhar fotografias dos nossos filhos com os seus amiguinhos sem termos a autorização dos pais;
- Depois ter ainda atenção à partilha de fotografias institucionais.
(Lembram-se de mais alguma situação que se deve acrescentar a esta lista?)
E termino este texto da mesma forma que comecei, este é um assunto polémico e a verdade é que, mesmo sem querermos, a geração dos nossos filhos, inicia já a sua marca digital mesmo antes de nascer, como extensão da nossa... E isto dá muito que pensar, não concordam?