Ser mãe é dos papéis mais absorventes que existe: a partir do momento em que se é mãe, passamos por uma altura em que é muito fácil deixarmo-nos ficar para segundo plano, tal é o nosso instinto de protecção e de mãe leoa que nos invade naqueles primeiros meses após o nascimento do nosso filho. Quem não passou por isso? Quem não achou difícil e, às vezes, quase impossível encontrar 5-10 minutos para si?
Eu lembro-me de ter amigas que, muitas vezes, me questionavam como conseguia estar com "tão bom ar" quando os meus dias eram passados 24horas com um bebé. Na altura, eu achava sempre a pergunta muito estranha, não achava que fizesse alguma coisa de extraordinário, a não ser não ter abdicado do meu banho diário matinal, essencial para que o meu dia corra melhor e para que eu própria me sinta melhor.
Os primeiros três meses de vida do Vicente foram passados com o senhor meu marido em Bruxelas, e isso não me parecia ser um problema à partida, afinal, a nossa relação tinha sido sempre assim: ele lá e eu cá. Mas o Vicente não foi um bebé muito fácil, chorava muito, gritava muito, às vezes tanto e tão alto que conseguia retirar-me a pouca lucidez que ainda me restava para conseguir lidar com aquela situação. Para mim, estarmos os dois a viver sozinhos numa casa colocava-nos perante um desafio muito grande: ou eu me fazia munir de todas a forças que tinha - e que não tinha - e assim que me fosse permitido, eu teria uma rotina e uma vida social o mais activa possível (com ginástica pós-parto, participação em workshops, cuidar de mim, estar com os amigos, etc...), ou então, deixava-me vencer pelo cansaço e ficávamos os dois em casa, numa vida mais tranquila, mas também com maior probabilidade de eu me sentir mais sozinha. Optei pela mais difícil, mas aquela que me iria trazer mais benefícios a todos os níveis: a primeira.
Digo que é a mais difícil porque não é fácil sair de casa tendo que me despachar a mim e ao bebé; e é ainda mais difícil fazê-lo quando temos uma hora marcada e não podemos chegar atrasados. E, depois, porque toda a logística do "põe o ovo - tira o ovo - abre carrinho - fecha carrinho" é muito cansativa, e ainda mais se a tudo isso juntarmos as noites mal dormidas e tudo o resto a que esta nova fase nos obriga... E, porque, no final do dia, quando aquele maravilhoso bebé já está a dormir, aquilo em que pensamos é tão somente em gozar o silêncio e não fazer mais nada!
Eu recordo-me, inclusivamente, de algumas situações mais caricatas - e na altura nada engraçadas - como por exemplo, ter ido à depilação um dia e a certa altura, o choro ser tanto que tive que colocar o Vicente sentado no meu peito e tentar distraí-lo, ao mesmo tempo que tinha alguém a tentar, naquelas condições, fazer-me a depilação; ou então, as viagens de carro, em que havia alturas em que ele chorava o caminho inteiro e eu sem saber o que fazer: paro o carro? continuo? canto? digo piadas? Ou simplesmente respiro fundo, enquanto rezo para não apanhar trânsito?
Não é fácil arranjarmos motivação para cuidar de nós quando temos alguém que nos consome toda a nossa energia, que transforma o nosso sono em algo tão leve como uma pena, que acorda com fome durante a noite e, outras vezes, sem voltar a adormecer tão rápido quanto é o nosso desejo.
No entanto, se eu conseguisse tomar o meu banho matinal, um banho a sério e não apenas aquele chape chape, eu já estava a ganhar energia extra para mais um dia. Às vezes, tinha companhia; às vezes, era uma companhia bem ruidosa; outras vezes, era a correr enquanto se conseguia deixar o bebé a dormir uns instantes (nessas alturas, as portas ficavam abertas e o intercomunicador no máximo, não fosse a criança acordar); outras vezes, e essas eram as melhores, era sozinha e tinha a sorte de ser uma sesta maior e, nessa altura, até a máscara para o cabelo conseguia fazer!
E, afinal, é ou não verdade que não faz bem nenhum à nossa auto-estima, olharmo-nos ao espelho e vermo-nos num farrapo? Já temos que lidar com as olheiras em estado permanente, os quilos a mais, para o quais temos que ter paciência para se irem embora, a queda do cabelo... Alguma coisa temos que fazer por nós :)
Ainda hoje, gosto de ter um dia por semana - o que, por vezes, é bastante ambicioso - em que tomo um banho mais demorado, onde faço a máscara do cabelo, a esfoliação, etc... E quando esse momento, por acaso, acontece quando estou sozinha em casa é ainda melhor!
E já agora aqui ficam os meus produtos de eleição para os meus momentos de pausa mãe:
1. Máscara para cabelo, L'Oréal, sem sulfatos. Deixa o cabelo super macio com uma aplicação de apenas poucos minutos e não agride o cabelo por ser um produto sem sulfatos.
Dica: Naquele dia em que sabem que vão ficar um pouco mais em casa, assim que acordam, colocam a máscara sobre o cabelo seco e aguentam o máximo de tempo que conseguirem até irem tomar banho. Vão ver com o cabelo fica ainda mais macio e sedoso (isto parece um anúncio de publicidade, mas é mesmo verdade!)
2. Esfoliante rosto, Martiderm.Graças à espessura dassuas partículas, deixa uma agradável sensação de limpeza e uma pele suave elivre de imperfeições. Elimina impurezas e renova as camadas mais externas dapele, potenciando a absorção e a eficácia dos produtos posteriormente aplicados.
Modo de utilização: aplicar sobre a pele ligeiramente húmida realizando massagenscirculares durante 20-30 segundos. Retirar com água morna e com a ajuda de umaesponja (que vem com o produto).
3. Esfoliante de corpo, Dead Sea Salt Scrub, The Body Shop.O melhor que testei até agora, pertence à
linha de SPA da marca e é, sem dúvida, M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O. Esta linha tem muitos outros produtos, ideias para quem tenta fazer da sua própria casa o seu SPA. Este é o único que experimentei e posso afirmar que aqueles poucos minutos são suficientes para nos proporcionar um momento de puro relaxamento. Experimentem e vão ver do que falo! :)
E por aí? Como foi a vossa experiência quando estiverem em casa em permanência com os vossos bebés? Têm dicas?
Porém, no meio de tudo isto, é ainda preciso fazer um elogio às mães e aos pais que estão sozinhos com os seus filhos, que não têm ajudas e que tudo depende deles. No período - curto e ainda bem - que estive sozinha com o Vicente pensava muito nisso, talvez porque só quando realmente passamos por situações semelhantes e que conseguimos dar-lhes o devido valor. Mas esses pais e mães solteiros/separados merecem todo o nosso respeito e admiração porque não é fácil, não é nada fácil.
Hoje em dia já são poucas as semanas que passo sozinha com o Vicente, mas ainda acontece e se eu podia achar que melhorava com o tempo, estava enganada! Agora tenho uma criança que já se exprime, que tem vontade própria e que testa os limites, que quer o pai porque sabe que o pai não está, que faz birras ao ponto de se deitar para o chão e que me desafia, com um sorriso malandro no rosto. E a nós cabe-nos ter um poder de negociação interminável, uma calma e paciência inesgotáveis e, já agora, não esquecer a BOA DISPOSIÇÃO em quantidades industriais.