A viver, pela primeira vez, a má experiência de ter um filho internado num hospital, descobri que o melhor é não criar dramas e manter, tanto quanto possível, o mesmo ambiente e rotinas que temos em casa. É tudo demasiado novo para as crianças e que lhes pode, à partida, causar algum medo: são pessoas novas todos os dias, de volta deles, a mexerem na barriga, a auscultarem, a fazerem-lhes perguntas, a pedirem-lhes que mostrem a língua, que deixem tirar a febre, que sejam fortes, porque vão levar uma pica.... bom... o melhor mesmo é tornar tudo o resto o mais parecido possível com aquilo que têm em casa.
Já nós, os pais, que estamos ali, a sofrer com eles e ao mesmo tempo a tentar servir de escudo, o melhor é pensarmos que, enquanto estamos ali, "só temos de nos preocupar" em brincar com eles o mais que podemos e divertirmo-nos o mais que conseguirmos. Da minha parte, pelo menos, é isso que tento pensar e fazer.
As dicas a baixo passaram a fazer parte da minha check list para entreter uma criança em ambientes.... adversos (vamos chamar-lhes assim):
1. CONFORTO:
Manter as rotinas e, de alguma forma, reproduzir o ambiente que se tem em casa, dentro do que seja possível, claro. Isso irá ajudar a criança a sentir-se menos estranha e com menos receio. Por aqui, por exemplo, mantivemos o mesmo horário do banho e deixamo-lo brincar o mais à vontade que lhe é permitido.
2. LER/CONTAR HISTÓRIAS:
Ouvir a nossa voz acalma-os e a história ajuda-os a fugir do ambiente do hospital.
3. TRAZER AS SUAS PRÓPRIAS COISAS:
Escolher os brinquedos que gosta mais, os livros com as histórias que mais gosta de ouvir, os jogos. Afinal, o objectivo é que ele se sinta em casa.
4. DESENHAR/RABISCAR:
Não esquecer o papel, as canetas e os lápis. Muito importante!
5. O IPAD/TABLET:
Munido de tudo o que são aplicações e jogos adequados às respectivas idades. Não se esqueçam que, nesta situação, vale tudo! Como lá em casa, não é muito usado, tive que recorrer à
Pumpkin e às suas dicas preciosas. Vejam quais:
aqui e
aqui.
Não se esqueçam de pedir o acesso à internet para poderem recorrer ao
YOUTUBE, quando nada mais está a resultar.
6. SAIR:
Se for possível (ou quando for possível), levem as crianças a sair do quarto. Normalmente, a parte do internamento pediátrico tem espaços comuns, onde as crianças podem brincar e onde, facilmente, irão encontrar outras crianças.
7. FAZER AMIZADES:
É uma boa oportunidade para desmistificar a imagem que se tem dos enfermeiros, dos médicos e dos auxiliares. Tentem criar um ambiente mais familiar, envolvendo e explicando à criança tudo o que se está a passar, tanto melhor se isso for feito de uma forma divertida.
E, com tudo isto, esperamos que o tempo passe o mais rápido possível, porque, a verdade é que: "there's no place like home"!