Há quem defenda que a leitura deve estar no mesmo patamar das preocupações que os pais têm com as necessidades básicas dos seus bebés, nomeadamente a alimentação. Também dizem que não há uma idade especifica para começar, mas todos são peremptórios em que deve ser o mais cedo possível.
Vários especialistas são unâmines no papel da leitura como facilitadora e impulsionadora do processo de compreensão das palavras. O cérebro das crianças fica mais autómono, são capazes de reflectir sobre novas palavras mais rapidamente e são mais criativas. Alguns investigadores vão mais longe ainda ao afirmar que ler uma história antes de adormecer é fundamental para o sucesso escolar e, até mesmo, profissional. E que as crianças que melhor processam o que lhes é dito aos dois anos, são as que apresentam um melhor desempenho escolar aos oito.
Porém, há igualmente um outro aspecto muito relevante: os minutos que os pais passam a ler uma história são um contributo fundamental para o fortalecimento da relação da criança com os seus pais e vice-versa. São minutos onde nada mais interfere na comunicação entre eles, a televisão, os telemóveis, nada! As crianças precisam de um ambiente seguro e sólido, de uma relação próxima, onde não falte a confiança, o respeito e a compreensão. A leitura pode ser muito importante nesse processo.
Cá por casa, não foi preciso ler muito sobre o assunto para que, tanto eu como o senhor meu marido, estivéssemos de acordo que o gosto pelos livros tinha que ser cultivado, junto do Vicente, desde cedo. E assim foi, respeitando os seus ritmos, escolhendo as histórias que se adequassem à sua idade, e, hoje em dia, respeitando os seus gostos, pois é rara a vez que não é o Vicente a escolher as historias que quer ouvir antes de dormir.
Claro que o facto de ser ele a escolher as histórias leva a que, eu ou senhor meu marido, acabemos a ler 5, 6, 8 vezes.... a mesma história. Mas também faz com que agora seja ele a contar-nos as histórias. Também é claro que antes só líamos uma história e que hoje tem que haver toda uma negociação para que não se passem os 5 livros. E também é claro que (mas isto nós não admitimos em frente do Vicente) já ganhamos pequenos ódios de estimação, histórias fofinhas que antes adorávamos e que agora já não podemos ver a frente.
Todavia, não tenho dúvidas que este tempo, em que estamos os três juntos, é o melhor do dia do Vicente, do pai (que chega muito tarde a casa) e do meu.
Deixo aqui o TOP 5 dos livros mais amados e lidos cá por casa:1. "Quem dá um abraço ao Martim?", David Melling, editora Minutos de Leitura;
2. "Quem quer ser amigo do Martim?", David Melling, editora Minutos de Leitura
3. "Quem vem à festa do Martim?", David Melling, editora Minutos de Leitura
4. "Leonardo, o monstro terrível", Mo Willems, editora Orfeu Mini;
5. "Boa noite, Mocho!", Pat Hutchins, editora Kalandraka
Mas uma boa história precisa de quê, afinal?.... de vontade!!! Isto é tudo o que precisamos para um boa leitura com os nossos filhos. Uns vão gostar de interpretar mais, outros nem tanto. No entanto, a verdade é que o simples facto de querermos ler uma história é o mais importante.
Mas se quiserem melhorar a técnica, fazendo desse momento algo ainda mais especial, vejam estas cinco dicas deixadas por uma especialista na matéria, a Martha Teixeira da Cunha.
1º passo | Escolha uma história adequada para a idade e para a situação que a criança está vivendo. Quando mais elementos da história ela puder reconhecer, melhor será o interesse; |
2º passo | Antes de ler o livro ao seu filho, faça-o primeiro para você, para que as partes impactantes fiquem bem gravadas e você consiga deixá-las ainda mais emocionantes. Se vai tirar a história da cachola e não de um livro, faça o mesmo, contando para você antes de contá-la ao seu filho; |
3º passo | Uma narrativa leva ao mundo da imaginação e do sonho, então, nada melhor do que criar um clima antes de começar a leitura. Prepare um espaço para a história, vale um cantinho especial no quarto, a luz mais baixa, almofadas no chão... |
4º passo | Dar ritmo à narrativa é um dos mais importantes, afinal, história que é boa mesmo precisa ter ritmo. Se o herói está mais pensativo, fale mais pausadamente e com tom de voz mais baixo. Se ele estiver em um momento mais intenso, uma fala firme e apressada combina bem e vai prender a atenção do seu filho; |
5º passo | Dê um bom fechamento à história. Por isso, “amanhã eu continuo” vai deixar a criança pequena ansiosa. Leia até o fim. E lembre-se de que o seu filho precisa sonhar e, por isso, quanto mais mágico for o final, mais realizado ele ficará. E tem jeito melhor de embalar o sono? |
Boas leituras!!!