Hoje sinto que, se pudesse, pagava para dormir! Continuo a dizer que tenho um santo filho, com as rotinas e hábitos bem interiorizados, bem disposto e sorridente 98% do tempo. Mas, chegados aos 10 meses de idade, muita coisa acontece na vida destes pequenos seres. Já tinha ouvido falar nas mudanças, para pior, de alguns dos comportamentos dos bebés por volta desta idade, mas achava que podia ser aquela mãe, em um milhão, com a sorte de nem dar por isso.
Quando entrei na consulta dos 6 meses, a pediatra disse-me: "mamã este é o bebé ideal, pois é simpático com toda a gente, ri, come, dorme..." Bom, é claro que depende de criança para criança. Contudo, no nosso caso, era mesmo assim, depois dos 3 primeiros meses mais conturbados, naquele momento, eu podia dizer que tinha esse tal bebé ideal!
A partir dos 9 meses começaram as alterações, mas as novidades eram muitas e novas a cada dia: levantar-sentar-levantar, rebolar, começar a gatinhar, as primeiras palavras, o acesso a tanta coisa proibida, uma personalidade que começa verdadeiramente a assumir contornos, as primeiras birras, aprender a desafiar o pai ou a mãe (não é à toa que uma das palavras que o Vicente aprendeu primeiro foi a dizer nenenenene, leia-se não).
Começou-se a abrir-se todo um novo mundo para explorar e a resistência a adormecer era cada vez maior. Comecei a ficar preocupada, pois, há alturas em que é necessário voltar ao quarto 1, 2, 3 ou 4 vezes para acalmar um choro estridente, controlar um mini corpo aos saltos ou pendurado nas grades da cama.
De alguma coisa que leio sobre bebés/crianças,
Brazelton é a minha referência, e foi lá que fui buscar tranquilidade para as minhas inquietações. Trata-se de uma fase, alguns reajustes são necessários, mas sem nos distanciarmos em demasia do que fazíamos até aqui. Porém, na prática, não é assim tão fácil! E, em bom rigor se diga, que quem na verdade nunca passou por estes problemas ligados ao sono, acaba por não estar tão bem preparado (psicologicamente) para todo isto!
Mas, ser mãe é, entre tantas outras coisas, descobrir que, com o seu filho, tem uma paciência imensa. A minha única e verdadeira dificuldade é lidar com a privação do sono e olhem que não sou pessoa de dormir muito, mas também o não dormir nada não é para mim. Resta-me esperar que seja mesmo apenas mais uma etapa de crescimento e, sobretudo, que passe rápido.