Ando em falta com a viagem de regresso a casa, após as férias de Verão. Pois bem, vamos lá aproveitar este novo fôlego de inspiração e vamos relembrar a aventura que foi regressar de Lisboa a Bruxelas.
Quando pensamos nas viagens, com um elevado potencial de aborrecimento, dadas as horas que iríamos passar enfiados, os três, no carro
- a contar sempre os minutos para a paragem seguinte e a olhar para o computador de bordo, a cada meia hora, para ver quantos quilómetros faltavam - pensamos em tornar, pelo menos, as paisagens mais interessantes. E foi assim que deleguei nas mãos do senhor meu marido todo o planeamento da viagem regresso.
O itinerário ficou interessante:
Lisboa -> Saragoça -> Lyon -> Bruxelas. No entanto, houve um pequeno pormenor que ficou omitido: o pequenino detalhe de que iríamos fazer mais 200 quilómetros que na viagem anterior. Pode parecer pouco, mas garanto que numa viagem destas faz toda a diferença.
Foi impossível cumprir os horários de dormir do Vicente -
o que vale é que as crianças acabam por ser mais fortes do que nós e adaptam-se mais facilmente - apanhamos imenso trânsito em alguns troços e houve períodos em que a chuva era muito intensa, dificultando a visibilidade. Porém, voltei a sítios onde já não ia há bastante tempo; conheci cidades novas; reinventamos jogos de infância para passar o tempo (quem não se lembra do jogo do STOP?!); rimos; conversamos muito; comemos muitas batatas fritas de pacote e muitos chocolates. E, tudo isto tudo junto, suavizou o cansaço que se ia acumulando e aliviou o
stress, causado pelos imprevistos.
Saímos de Lisboa - nunca tão cedo como tínhamos planeado e a primeira paragem foi em Mérida para almoçar. Os 40º de temperatura mantinham-se, o que torna tudo muito mais difícil, fomos salvos pelos pequenos chuveiros colocados nas ruas e que nos iam refrescando com uma leve brisa.
É uma cidade pequena, junto ao Guadiana, muito acolhedora.
De lá, seguimos para Saragoça, onde passamos a noite. Com muita pena minha, não temos fotos, porque nem conseguimos visitar a cidade. Chegamos já muito tarde e saímos o mais cedo que conseguimos: o segundo dia ia ser o mais exigente.
No entanto, o pequeno-almoço do Hotel superou a expectativas e o quarto também. Era tão grande que conseguimos dormir em divisões separadas. O pequeno Vicente apoderou-se da cama grande, onde eu lá me consegui enfiar também, levei muitos pontapés durante a noite, mas acordei com muitas festinhas. Já o senhor meu marido ficou-se pelo sofá.... :)
Nestas viagens procuram-se hotéis mais em conta, que não impliquem grandes desvios da rota, pois, quando se faz este tipo de viagens com regularidade, o objectivo passa a ser o de chegar o "mais rápido" possível ao destino. No entanto, confesso que acordar e ter um bom pequeno almoço à nossa espera, faz toda diferença. São muitas horas enfiados num carro, a maior parte das paragens são em estações de serviço, nunca se cumprem horários e chega-se ao sítio onde se vai dormir muito tarde e já sem qualquer paciência para pensar para além de querermos tomar um bom banho ao acordar no dia seguinte e tomar um pequeno-almoço capaz de repor as energias para mais um dia. Tivemos muitas boas surpresas em muitos dos hotéis pelos quais passamos e as grandes surpresas foram sobretudo naqueles em que as expectativas eram mais baixas.
*Continua.