Um, dois, três, quatro, cinco.... e seis! Seis meses de ti, minha pequena Laura, a minha companhia de todas as horas e desta relação pele com pele sempre que tens vontade - e são muitas as vezes que tens vontade. Estás sempre sorridente, és simpática com toda a gente e não estranhas o colo de quem to oferece. Rebolas muito e para muito longe, mas ainda não te sentas sem caíres ou para o lado ou para a frente.
Tornei-me mãe a tempo inteiro com o teu irmão, mas é contigo que tenho a relação mais intensa ou não tivéssemos nós esta ligação tão forte que ainda te faz depender de mim em exclusivo para te alimentares. São seis meses e um dia, sem interrupções, a comer sempre que queres e quando tens vontade, sem nunca ter tirado leite ou ter-te dado um biberão. Mas já estás muito interessada nos alimentos que nos vês comer, gritas e esticas os braços para ver se alguém te dá um bocadinho. E eu, secretamente, estou ansiosa que esse dia chegue, o dia em que irás partilhar a mama com um prato de comida, uma fruta ou uma papa. Sinto-me cansada fisicamente, talvez mais porque ainda não dormes uma noite inteira e há noites em que eu acho que só tens vontade porque me tens ali ao teu lado. Sinto-me a precisar de poder ausentar-me sem estar ansiosa ou nervosa com as horas e se não me vou atrasar e tu vais estar a chorar com fome - somos as mães que somos também nos bocadinhos que temos só para nós sem e que servem de balão de oxigénio.
Acredito que entre o certo e o errado, existe um meio termo que é aquilo que funciona connosco. E entre nós funcionou muito bem o co-sleeping, pois era a única forma de eu conseguir descansar e porque, na verdade, acabávamos as duas por adormecer. Mas agora também percebo e sinto que está na altura de te ambientares ao teu espaço, à tua cama e de aprenderes a adormecer sem me teres junto a ti. A parte muito boa disto, é que já acertamos os horários e que eu já percebi qual é o momento certo para te deitares antes do momento da explosão - e também que há duas noites que dormes na tua cama e que acordas já mais espaçadamente.
São seis meses e eu ainda olho para ti como a minha bebé. Ainda revejo tantas vezes na minha cabeça o parto e os momentos antes e não deixo de sentir um orgulho imenso naquilo que fizemos e que temos feito até aqui. Juntas somos uma equipa.
Ver-te crescer dá-me um certo frio na barriga, pois já fechei qualquer possibilidade de ter outro filho e, assim, cada coisa que fazes saboreio ainda mais intensamente por ser tudo "a última vez", as roupinhas pequeninas, os bocejos, os banhos, os sorrisos, as gracinhas e por aí a fora. O tempo não perdoa quando tens filhos, anda sempre adiantado em relação à nossa vontade, as horas sucedem-se, os dias, as semanas ou meses.... O tempo voa, por mais que o tentemos agarrar, ele voa! Resta-me saber que tenho uma sorte imensa por poder acompanhar cada um dos meus filhos todos os dias, desde o dia em que nasceram e, embora que o tempo possa voar, eu não tenho pressa!
Parabéns Laurinha!